
O Grêmio, que vem perdendo todas as partidas que realiza fora de casa, voltará feliz da vida para Porto Alegre caso conquiste um empate na Argentina. Nas últimas dez partidas que jogou longe de Porto Alegre, o time de Mano Menezes só empatou uma, ainda no Campeonato Gaúcho, contra o Juventude, dia 29 de abril. No mais só derrotas.
O centroavante Tuta, diante desse péssimo retrospecto, propõe que o time, nesta noite tensa na Bombonera, não se limite a tentar defender-se e seja um pouco mais ousado. "Contra um time qualificado como o Boca, na casa deles, é muito arriscado ficar só lá atrás, pois uma hora você acaba tomando o gol", afirmou o avante gremista, que volta ao time, depois de recuperar-se de uma lesão muscular que o afastou da semifinal contra o Santos, na última quarta-feira, na Vila Belmiro.
Com o retorno de Tuta o Grêmio vai com time completo nessa partida tão importante. Apenas o volante Lucas, que após tratar de um estiramento muscular, não começará o jogo, mas nesse caso por opção do treinador, e estará no banco de reservas, devendo ser aproveitado no segundo tempo.
No Boca, a presença do principal jogador da equipe, Riquelme, chegou a ficar ameaçada, pois o meia estava sentindo dores musculares, não treinou nesta segunda-feira devido a uma gripe, e além disso o Grêmio pressionava para que a Conmebol o vetasse para o jogo, devido a uma denúncia de doping por uso de substância proibida no jogo contra o Libertad, pela fase de quartas-de-finais.
Mas Riquelme está confirmado e, mesmo com ele na equipe, ninguém no Boca Juniors vê o clube como favorito. O respeito pelo time gaúcho é grande, como deixou claro o técnico Miguel Russo, para quem "o Grêmio será um rival muito duro e precisamos fazer o melhor resultado possível em nossa casa".
Na decisão da Libertadores, ao contrário do que vem ocorrendo desde a fase de oitavas-de-finais, o gol qualificado, aquele que vale dobrado como critério de desempate, deixa de existir. O regulamento prevê saldo simples e, após a segunda partida, caso Grêmio e Boca fiquem com mesma pontuação e mesmo saldo, a decisão irá direto para os pênaltis.
O Grêmio está a dois passos da conquista do tricampeonato da Libertadores da América. O penúltimo deles, nessa jornada que começou há exatos quatro meses, num jogo conta o Cerro Porteño, no Paraguai - dia 13 de fevereiro -, será dado na temível La Bombonera na noite desta quinta-feira, contra o Boca Juniors.
Todos os ingressos já foram vendidos e o estádio estará lotado, o que significa que a mais famosa "panela de pressão" do futebol sul-americano estará funcionando a pleno, no primeiro dos dois jogos que definirão o campeão da temporada. Dos quase 60 mil lugares disponíveis, 2,5 mil serão ocupados por torcedores gremistas, mais especificamente privilegiados sócios e conselheiros eleitos pela diretoria do clube, já que a lista de interessados nos bilhetes enviados ao clube era gigantesca.
Se conquistar o tricampeonato, do qual está tão perto, o clube gaúcho - que venceu as edições de 1983 e 1995 - igualará o São Paulo, único brasileiro que já ganhou a mais importante competição sul-americana três vezes. Já o Boca, com histórico superior, está atrás de seu sexto título. O último deles veio em 2003, sobre o Santos.
Boca Juniors
Caranta; Ibarra, Díaz, Morel Rodríguez e Clemente Rodríguez; Ledesma, Banega, Cardozo e Riquelme; Palacio e Palermo
Técnico: Miguel Russo
Grêmio
Saja; Patrício, William, Teco e Lúcio; Gavilán, Sandro Goiano, Tcheco e Diego Souza; Carlos Eduardo e Tuta
Técnico: Mano Menezes